Por: Fernando Guifer

Quarta colocada no Super Paulistão em 2012, A Hebraica iniciou a pré-temporada sem mudanças drásticas no elenco, praticamente com o mesmo grupo do ano passado. Para alguns, manter a base é um bom sinal de regularidade e sequencia dos trabalhos, para outros, porém, não apresentar reforços de peso pode entregar o jogo aos adversários, que entram em quadra já conhecendo a equipe do ano anterior.

Localizado em uma região nobre da capital paulista, A Hebraica é um dos maiores e mais elitizados clubes da metrópole, e aos poucos tenta ser reconhecida também por seu trabalho dentro do Handebol. Sob os olhares do coordenador Álvaro Herdeiro, que também é treinador do time adulto masculino, a instituição trabalha pra seguir os passos do vizinho Esporte Clube Pinheiros, que obtém bons resultados já alguns anos na modalidade.

Ter bons atletas não garante bons resultados, e essa máxima se confirma ao observarmos que embora tenha uma invejável estrutura esportiva, A Hebraica não consegue manter como funcionários os seus jogadores, que precisam realizar atividades ‘extra-handebol’ para complementar seus rendimentos, e isso indiscutivelmente se reflete dentro de quadra, afetando a parte física e psicológica dos envolvidos que, tecnicamente correspondem, mas levam a pior em relação aos clubes no qual seus atletas conseguem dedicação 100% ao esporte.

Para a temporada 2013 os objetivos permanecem os mesmos, embora o treinador Álvaro acredite que a dificuldade possa ser maior.

– Este ano a gente manteve praticamente todo o grupo e sabemos que o campeonato será muito difícil e mais competitivo. A equipe de São José entrou no adulto e é uma equipe forte que foi buscar alguns atletas, o time de São Caetano deu uma reforçada e está mais forte do que o ano passado. Vamos ter uma série de dificuldades para alcançarmos nosso objetivo que é chegar entre os quatro novamente – ponderou o comandante.

O experiente armador Carbone faz coro à fala do técnico e mantém os pés no chão quando o assunto é Final Four este ano.

– Dificuldades a gente vai encontrar em todo jogo, né? Nenhum jogo para A Hebraica é fácil, a gente conseguiu dois anos consecutivos chegar à semifinal, mas tivemos que ralar contra os adversários que buscavam essa quarta vaga. Mas é bom que os times se reforcem e tenham mais oportunidades de fazer confrontos equilibrados – disse.

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Apesar dos discursos de precaução, o jovem Cauê, de 19 anos, crê na força do elenco justamente pelo fato de já estarem com uma base coesa desde o ano passado.

– Este ano será melhor do que o ano passado porque já estamos juntos, não é mais um começo e sim uma continuidade, por isso acho que vai dar pra brigar novamente pelos playoffs – enfatizou o pivô, que acaba de chegar ao país com o título Pan-Americano com a seleção Júnior na bagagem. Em Buenos Aires, o Brasil garantiu a taça de maneira incontestável, e o atleta comentou sobre os pontos fortes do selecionado que bateu os hermanos na decisão.

– O Brasil se destaca principalmente na parte física, né? São jogadores altos e fortes, o que dá maior resistência durante os confrontos. Mas tecnicamente também estamos bem, nosso um contra um é muito bom, além de nossa defesa que está bem coesa – comemorou o atleta, considerado uma das promessas na posição.

Aos 27 anos, Carbone que também já vestiu o ‘manto’ verde e amarelo, acha difícil um retorno à seleção neste momento, embora afirme estar à disposição de Jordi. Feliz pela convocação do amigo Cauê, o jogador diz sentir-se orgulhoso com o que tem acontecido na modalidade, e vê com o futuro com bons olhos.

– Fico feliz de ver o que mudou no Handebol em relação a quando eu era mais jovem, pois participei do início do projeto. Quando fui para a seleção era o início do trabalho do Jordi (Ribera), eu fazendo parte disso, e agora ver como está crescendo me deixa satisfeito. Daqui alguns anos se eu ver o handebol estabilizado, com grandes e fortes equipes atuando no Paulista, vou ficar feliz demais – finalizou.

A Hebraica estreia no Campeonato Paulista no próximo dia 20 de Abril, contra o Unicep/São Carlos, no ginásio Milton Olaio, às 17H30. Acompanhe todas as emoções do maior estadual de Handebol do Brasil aqui no portal FPHand.

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