Apostando na juventude, Guarulhos mira Final Four em torneio ‘mais pegado’
Por: Fernando Guifer
Quinto colocado no Super Paulistão em 2012, a equipe de Guarulhos fez uma campanha apenas regular na ocasião, já que conquistou 6 vitórias, 3 empates e 7 derrotas, sendo 31 pontos no total – cinco a menos do que o selecionado de Americana, que foi à Final Four.
Para a atual temporada o grupo vem mais experiente, mais coeso, mais unido, e a treinadora Meg manteve grande parte das meninas com quem já trabalha há anos, desde as categorias de base. Apesar de jovem, o time guarulhense traz a bagagem do ano passado e desta vez não quer ‘bater na trave’. A intenção é buscar melhor classificação, e quem sabe, levantar o título da competição.
Visitando diversos clubes ao longo dos últimos dias, descobrimos que, para o naipe feminino, a disputa promete ser muito acirrada até o final. É quase uma unanimidade entre atletas e comissões que o nível técnico este ano está muito superior e mais nivelado, tornando-se quase impossível apontar um favorito.
Conversamos com a comandante Meg sobre as condições do time para o Super Paulistão 2013, bem como a situação do Handebol na cidade. Confira!
– Como Guarulhos chega para o Super Paulistão 2013?
Tivemos um pouquinho de mudança porque algumas meninas voltaram né? Cerca de 80% do grupo já está desde o infantil comigo, fizemos boas campanhas nos últimos quatro anos no Júnior. Estou trazendo algumas meninas novas e experientes também, que inclusive já jogaram aqui e estão voltando pra treinar com a gente. A faixa etária é um grupo novo, em 2012 ficamos em quarto lugar e este ano a ideia é ficar entre os quatro e aí sim pensar em algo melhor.
– Seu grupo é muito jovem. Como tem sido controlar a ansiedade das meninas?
Levo um pouco de vantagem por estar com elas há um bom tempo, então a gente acaba fazendo elas acreditarem que as coisas vão acontecer e elas se dedicam. É um grupo muito unido, não tem nem o que falar porque passamos muitas dificuldades aqui em Guarulhos.
– Você vê um torneio mais equilibrado este ano?
Com certeza este ano houve muitas mudanças e as meninas mudaram bastante de clube. Itapevi vem forte, Metodista é a que vem ganhando sempre e tem aquela hegemonia, Americana e Santo André são equipes fortes, então eu acho que este ano vai estar um pouquinho mais difícil, não estará tão fácil.
– Como está o Handebol na cidade de Guarulhos?
Fomos ‘premiados’ este ano, vendo que a secretaria tirou algumas outras modalidades dos campeonatos mais fortes e começar com um trabalho de base novo. Então nós um pouco beneficiados pelo trabalho que tivemos até agora, e eles resolveram manter o grupo para participarmos do Paulista.
– E as categorias de base?
Não trocamos de prefeito, mas trocamos de secretário, então tivemos alguns cortes sim. Mas temos 12 categorias, sendo seis masculinas e seis femininas. Mantivemos todas as categorias, mas para disputar o Paulista foi só o feminino adulto. Enquanto isso as outras categorias vão disputando torneio aqui na cidade e conforme forem melhorando, a gente vai tentando colocar mais equipes dentro do Paulista.
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– Como você enxerga o estadual este ano em relação a favoritismo?
É sempre pegado, né? Mas este ano eu estou achando que está mais nivelado, mais parelho, com todo mundo igual. Até o ano passado mesmo já não existia essa coisa do favoritismo. Nossa equipe manteve a base, mas é um time novo. Tem equipes que a gente vê que é mais experiente, mas nós jogamos ano passado, já temos uma noção e vamos jogar de igual pra igual porque vai ser pegado.
– Você é uma atleta de seleção, experiente. Procura passar calma para as meninas mais novas?
Até que ansiedade a gente não tem muito. Entramos na quadra pra atuar de igual pra igual, e não para se sentir uma equipe nova, mas um time que pode chegar às finais. Não entramos para baixar a cabeça para um time mais velho e mais experiente que está jogando há mais tempo junto. Estamos jogando juntas também e vamos entrar pra não dar mole.
– Sobre o seu futuro, existe mesmo a possibilidade de deixar o Brasil?
Com o Morten (Soubak) já fazemos um trabalho, então sabemos o que ele pede. Ele está investindo bastante nas meninas aqui do Brasil que já jogaram com ele na base, e ele tenta nos ajudar a ir pra fora pra crescer mais e igualar com as europeias. Estamos vendo alguma coisa já para o meio do ano, algumas meninas já foram e algumas outras devem ir também.