ESPECIAL: Tudo tem seu começo – Clube Mesc
Este clube de São Bernardo do Campo está em primeiro lugar na tabela de classificação. São seis jogos e seis vitórias, 100% de aproveitamento das atletas neste Paulistão de 2011. Mas não se trata da ADC Metodista e sim do jovem time do Clube Mesc/Fiat Sinal. Primeira posição pela Categoria Infantil, o time é treinado por Rogério Carreon, que também é coordenador técnico de handebol do clube. Junto de Ligia Maria Azevedo, técnica do mirim, Jaqueline de Nazaré, técnica do cadete, Marcelo Rocino Arlotti, preparador físico, e do supervisor Waldomir Mazucato, o Baby, Carreon trabalha para que jovens se interessem e pratiquem a modalidade, fazendo do Mesc uma referência com o trabalho de base.
No Campeonato Paulista Infantil 2011, o Mesc tornou-se uma grande sensação e o seu sucesso é creditado pelo técnico à preocupação com o desenvolvimento em longo prazo das atletas. “Grande parte das nossas meninas, já possuem uma cultura desportiva de cinco, seis anos. Desde as aulas de Educação Física e a vivência na escolinha no Colégio Ábaco, elas são estimuladas com atividades adequadas que respeitam o seu desenvolvimento e o seu repertório motor, começam a correr, saltar e arremessar (movimentos naturais, de fácil execução e aprendizado, especialmente, na infância) e a praticar a modalidade desde cedo. Daí seguem, naturalmente, pelas categorias mirim, infantil e cadete do Clube Mesc. Ou seja, é questão de seqüência pedagógica e adequada planificação de treinamento”, explica o técnico.
Carreon conta que durante a temporada, a procura de jovens atletas pelo handebol é pouca e, no entanto, algumas meninas acabam aparecendo no clube interessadas em treinar mensalmente. Durante a seletiva anual, mais de 40 aspirantes participam com o desejo de vestir a camisa do clube.
Grande parte dos jovens atletas possuem um sonho em comum, alcançar o lugar que ocupam atletas de alto rendimento. Lidar com a aspiração das jovens é um caminho para a motivação. “O melhor a fazer é trabalhar e acreditar no mesmo sonho que as atletas. Quando ela percebe que ali, onde treina, o objetivo é comum a todos, e que o Esporte propicia seu desenvolvimento em vários aspectos, seja em aptidão física, técnico-tático, psicológico, mental e social, com certeza, ela seguirá em frente”. E o técnico não deixa de mencionar que o processo de treinamento reflete, também, na dedicação maior aos estudos.
Os profissionais que fazem trabalho com a base não lidam apenas com sonhos e desejos de jovens. O trabalho consiste no desenvolvimento do atleta, que deverá aprender desde fundamentos ao conhecimento de regras. Para Rogério, é fundamental a busca de profissionais por mais conhecimento nas áreas de Educação Física e do Esporte: ”Instruímos as atletas dentro e fora de quadra com uma linguagem coerente a sua faixa etária e/ou nível de desenvolvimento, seja ele biológico, psicológico ou desportivo. Com a experiência, readequamos nosso planejamento de acordo com os sucessos e fracassos e conforme, também, a devolutiva apresentada pelos diferentes grupos de atletas dos quais lidamos ao longo das temporadas”.