Especial da Semana – Homenagem ao Handebol de Areia: Entrevistas com Wellington Novais e Rossana Coeli
O Brasil sagrou-se, nesta sexta-feira, campeão Masculino e Feminino do Mundial de Areia, realizado em Omã. As mulheres tiveram vida mais fácil, já que na final, diante da Dinamarca, que já havia vencido o Brasil no torneio, as brasileiras tiveram uma atuação segura e venceram o primeiro set por 20 a 10. Na segunda parcial, a vitória por 17 a 14 rendeu à seleção feminina o segundo título Mundial do Handebol de Areia.
Já os homens tiveram muito mais trabalho, afinal perderam o primeiro set por 18 a 19. Mesmo assim, a equipe não cedeu à pressão e igualou a partida vencendo a segunda parcial por 18 a 15. A partida então foi para o desempate nos shoot-outs. A seleção assustou a torcida ao sair perdendo por 2 a 0, mas conseguiu excelente virada e fechou o set em 6 a 2, sagrando-se campeã pela terceira vez.
E as conquistas não param por aí. Wellington Novais Alves Esteves, o “Gulliver”, foi eleito o melhor lateral direito do Mundo, enquanto Patrícia Scheppa foi eleita a melhora jogadora do planeta. Por este motivo, resolvemos fazer uma singela homenagem aos campeões e a entrevista especial desta semana será com Wellington e com Rossana Coeli, técnica da seleção feminina.
Confira abaixo as entrevistas de Gulliver e de Rossana:
FPHb – Qual é a sensação de ter vencido o torneio?
Gulliver: A sensação foi de dever cumprido, foi de recompensa, pelos árduos dias de trabalho intenso. Uma felicidade enorme pelos meus “amigos-atletas” que batalharam muito por este ouro. As imagens de luta, determinação e raça passaram como flash em minha mente: eu viajava até o Brasil onde, minha família, minha noiva, meus amigos e toda torcida brasileira estavam. Logo após, um choro que não me cabia segurar. Recordei a primeira partida por Bertioga pelo Paulista, e toda historia que vivi até ali, as vitórias e as derrotas e principalmente as difíceis escolhas de um atleta. Posso resumir o que senti em 5 palavras: Felicidade, Euforia, Trabalho, Amor e Amizade.
FPHb – Antes do início do campeonato, a expectativa era mesmo de vitória?
FPHb – Como você se sente sendo a treinadora da melhor equipe do mundo?
FPHb – Como você se sente sendo eleito o melhor lateral direito do mundo?
Gulliver: O melhor do mundo? Eu não acredito que sou isso. Eu acredito que tenho as melhores pessoas do mundo ao meu lado. Pois essa “família” soube mudar e substituir cada um quando foi preciso. Quando eu fui mal, meu querido amigo Naílson Amaral, o nosso maior talento, me substituiu e foi até melhor que eu, na minha opinião. Quando um atleta ia mal em algum momento, soubemos mudar, ser ativos e eficientes no ataque e na defesa. Esse ponto daremos à comissão técnica, que spube exatamente como agir em cada momento. Então acredito que, não ouve o melhor, eu acredito que o conjunto fez com que nós fossemos os melhores.N ingém vai muito longe sozinho e, sim, a união faz a força. Hoje acordo com esse título, com este troféu na minha sala e costumo olhar pra ele e enxergá-lo como um presente de meus “amigos-atletas”. Cada vez que faço isso, solto um sorrisso ao lembrar de como chegamos até o ouro. Não sou o melhor, sou o mais feliz.
FPHb – Daqui pra frente, quais são seus planos? Você acha que já conquistou tudo o que queria?
Rossana: Descansar um pouco, porque foi pesado o trabalho. Depois pretendovoltar a estudar muito e começar a planejar, junto com a Comissão Técnica, os treinamentos para o ano que vem, já que temos duas importantes competições: o World Games, na Colômbia, e o Sul Americano, possivelmente no Uruguai. E sobre ter conquistado tudo o que eu queria, a resposta é nunca, pois sempre temos mais a conquistar. O que mais vai me deixar marcada nesta conquista foi a união deste grupo, elas chegaram à maturidade e agora podem dizer que são as melhores do mundo.
Gulliver: Os planos são ousados. Queroe ganhar mais mundiais. No próximo ano temos o World Games, as Olímpiadas de esportes de areia, e pra isso tenho que estar preparado para a fase de treinamento. Pretendo chegar bem, me manter bem e chegar a mais uma medalha de ouro nessa competição. Já ganhei tudo que disputei com a seleção brasileira, mas ainda tenho ambições com meu clube. Neste ano, teremos o Circuito Brasileiro, e a taça Kika, em Joao Pessoa. Quero poder ganhar muito mais titulos com a Seleção e com meu clube. Tenho pretenções em relação às competiçoes na Europa tbm, pois em 2011, joguei o europeu de clubes por um time grego, o Panetolikos, e chegamos ao vice-campeonato. Quando se trabalha com um grupo vencedor, você acostuma a querer sempre mais, e mais. Não quero parar por aqui, quero chegar ainda mais longe, isso é apenas o começo.
FPHb -Conte um pouco sobre o planejamento da seleção brasileira.
Rossana: Começamos o planejamento para este mundial, em 2010, quando conquistamos o 3º lugar na Turquia. Quando voltamos, estudamos muito as adversárias, e no ano passado, eu e o Professor Guerra, Técnico da Seleção Masculina, fomos à Croácia assistir o Europeu de Seleções. Foi muito importante esta observação, pois as melhores equipes do mundo e nossas adversárias diretas por disputa de títulos jogam lá. Filmamos tudo e deu para ter uma boa ideia de como eles jogam. Treinamos muito as táticas delas e as nossas, tivemos muito treinamento físico com praia e academia, além da preparação psicológica. Enfim, nos preparamos muito bem para este mundial.