É ainda pior quando a  tragédia bate á nossa porta, para lembrar que não existe essa coisa de “ordem natural”, que a vida tem uma lógica própria e que entender e aceitar esta lógica não é coisa para nós, que somos tão comuns.

Vamos sentir sua falta, moleque. Como vamos! Nós que convivemos com você desde que era criança, vamos senti-la todos e a cada um dos dias que forem passando sem uma nova mensagem sua, sempre inteligente, sempre bem articulada. Sempre motivada pela busca do melhor nas coisas e nas pessoas.
Sempre respeitando as diferenças, como é comum aos inteligentes.

Outros sentirão a sua falta, professor. Os meninos e meninas que tiveram o privilégio de conviver com você, com seu idealismo e sua disposição para aprender com eles.
É uma pena que seu tempo, assim curto, tenha feito com que outros  tantos perdessem esta oportunidade.
É uma pena que todos nós tenhamos perdido a chance de ver do que é capaz um professor com tamanho comprometimento e talento.

Nos conforta um pouco que você tenha ido embora feliz. São poucos os que merecem isso. Mesmo que todos os sonhos tenham sido interrompidos de forma tão brusca, nós o víamos feliz por tê-los novamente. Por haver reencontrado seu lugar, seu amor pelo que mais gostava de fazer e sendo reconhecido.

Para todos nós, e nós somos tantos, que gostávamos – que gostamos – de você como filho, como irmão, sobra esta tristeza. Sobra este buraco enorme no coração.
Vai nos ficar faltando sempre uma parte importante, aquela parte de amizade sincera, a amizade de quem sabia gostar e valorizar as pessoas.

Não vá em paz, fique em paz. Fique com Deus , moleque. E mantenha esta sua luz.

O Handebol vai sentir sua falta, São. Essa sua, essa nossa paixão, vai ser irremediavelmente mais pobre a partir de hoje.