Metodista perde na estréia do Superglobe 2012
Onze gols de diferença em trinta minutos. Dois gols em oito minutos.
Estes números ajudam a entender como foi a derrota da Metodista contra o Zamalek do Egito, na sua primeira partida no Superglobe 2012, num jogo onde ficaram evidenciados os erros sempre presentes em momentos importantes do Handebol Brasileiro.
Falta de arremessos da linha de 9 metros, aéreas que não terminam em arremesso, vaselinas que não terminam em gol. A insistência em privilegiar a beleza do jogo, ao invés da eficiência. Um traço cultural do brasileiro, talvez, que sempre ironizou a falta de graça no jogo do excelente e eficiente Dunga, por exemplo.
Aconteceu no principal jogo da história do nosso handebol, contra a Noruega em Londres, e continua a acontecendo, num jogo onde a equipe egípcia começou com pequeno domínio, permanecendo à frente do placar, praticamente durante todo o primeiro tempo.
Jogando um 6×0, apostando na ineficiência característica do handebol brasileiro nos arremessos de fora, a equipe africana viu a Metodista insistir em infiltrações pouco produtivas, e aliando ao sistema uma agressividade que contou com a conivência da fraca arbitragem, o Zamalek se manteve, com pequena vantagem, à frente do placar até os 27, quando em duas boas jogadas, a equipe de São Bernardo estabeleceu 12 a 11, após longo periodo sem gols, durante o qual o Zamalek manteve o 11 a 10.
No segundo tempo o jogo foi outro. Acabou o equilíbrio. Segundo Diogo Hubner, o ataque não funcionou. Os números atestam isso. O Zamalek alterou sua postura defensiva, pelo menos taticamente, já que a violência sob olhares complacentes persistiu. Com um agressivo 5×1, com rápidas alterações para uma indiana em cima de Japa, principal destaque da Metodista até então, a equipe egípcia não demorou a reverter o placar.
Infelizmente, a equipe paulista persistiu nos erros infantis de finalização, fazendo apenas dois gols entre os 17 e os 25 minutos, o que permitiu à equipe egípcia ampliar o placar e fechar o jogo com elásticos 33 a 24.
Resta à equipe brasileira fazer um jogo excepcional contra o Atletico de Madrid, amanhã, às 14:00 horas, se quiser manter a tradição de semifinalista da competição.
________________________________________________________Hamilton Ramos