Mesmo com estrutura deficiente, Americana quer se manter entre os quatro melhores em 2013
Por: Fernando Guifer
Quarta colocada no Super Paulistão Feminino em 2012, a equipe de Americana está passando por diversas dificuldades para se recolocar da melhor maneira nas competições de Handebol em 2013. Visitamos o treinamento do time adulto e constatamos uma equipe que, apesar de esforçada e competente tecnicamente, carece muito de um apoio mais robusto por parte da prefeitura local, que deixa muito a desejar na estrutura para o time.
Sempre brigando para chegar entre os quatro, constatamos que feitos como entrar na Final Four são verdadeiros atos ‘heroicos’ conquistados pela equipe comandada por Jurandir Batista, o Didi. Para se ter uma noção da situação em que vive o Handebol de Americana, o orçamento teve um corte considerável e a categoria Sub-21, única que dava acesso ao adulto, foi extinta. Sendo assim, as atletas passariam do cadete para o Adulto, teoricamente, claro.
Apuramos ainda que as crianças do infantil e cadete precisaram fazer rifas e vender pizzas para conseguir se inscrever nas competições.
Para falar a respeito, conversamos com o treinador Didi, em áudio publicado na Rádio FPHand que você também confere abaixo, e ouvimos a armadora e líder da equipe, Lúcia, que nos detalhou os últimos acontecimentos no clube. Confira o papo com a atleta:
– Como está o apoio ao time de Americana?
Falta alguém que acredite um pouco mais na gente. Nós temos hoje o apoio da prefeitura e agora o apoio do São Lucas, pois não tínhamos convênio médico há muito tempo. Enfim, aqui é raro uma menina hoje que não trabalhe, todas dependem do trabalho por saber que só do Handebol não dá, pois é só uma ajuda de custo. Acho que precisam investir mesmo, como é investido no Basquete, por exemplo, que tem um patrocínio grande. Mesmo com tudo isso, estamos sempre chegando nas finais, mas é amor ao que se faz mesmo e a nossa união que prevalece.
– Além de jogar o Adulto, você ainda treina o Infantil e Cadete…
Pode ver, você chegou na quadra e eu estava dando treino (para o infantil) que é uma forma de completar meu salário, e isso é muito cansativo. Este ano cortaram o Sub-21 e não iríamos participar nem com a categoria Cadete, aí bolamos uma ideia de fazer rifa e vender pizza, e no final de tudo até liberaram para disputarmos uma Liga. Mas o que acontece é isso, como vai manter uma categoria de base se ela não tem a motivação em participar de um torneio ou um jogo?
RÁDIO FPHand | Confira a entrevista exclusiva com o treinador Didi
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– Explique melhor como funcionou essa comercialização de pizzas.
O Infantil e Cadete não iriam participar de uma Liga porque não tinha verba, e então fizemos uma reunião e as atletas concordaram em vender pizza para arrecadar dinheiro para disputar o torneio.
– As crianças?
Sim, as crianças com a nossa ajuda e dos pais. Fizemos rifa de chocolates pra ajudar.
– Com o respaldo da secretaria?
Não, eles não estavam sabendo, mas aí depois o Sr. Mário (secretário de esportes) liberou para que elas disputassem. Então o dinheiro que foi arrecadado voltou em ‘benefício’ delas e vai ajudar para fazer os uniformes.
– A procura pela modalidade por parte das crianças acaba sendo muito baixa então?
As meninas vêm, treinam e treinam pra nada? Então fica difícil mesmo controlar (a motivação), e o que acontece também nessas categorias de base é que chega uma idade que se não tem nada pra elas, vão todas trabalhar em outro lugar. Se não tem um apoio, a mãe chega pra nós e fala que a filha precisa ir trabalhar pra ajudar em casa.
*** Americana estreia no Super Paulistão 2013 no dia 05 de Maio, às 16H, contra a Metodista/São Bernardo, no ginásio Baetão.