Existem competições memoráveis e existem as inesquecíveis.

Apenas quem esteve presente no Esporte Clube Pinheiros no final da tarde de ontem pode avaliar a inteira extensão do sucesso que foi o Campeonato Paulista Mirim 2012.

A FPHb pode se orgulhar em dizer que suas metas foram atingidas. Desde o número de equipes participantes, até o inegável progresso de várias delas,  a partir do intercâmbio com equipes de nível superior, culminando com fases finais equilibradas em todas as instâncias, fazendo de cada uma das series um campeonato à parte, onde todas as equipes tiveram chances reais de medalha. Foi mesmo um sucesso.

Mas a FPHb é uma entidade, um abstracionismo e, como tal, incapaz de entender a verdadeira dimensão do que o público presente no Pinheiros teve a oportunidade de vivenciar.

Quando da cerimônia de premiação, posicionadas as equipes, teve inicio a entrega das medalhas  para os campeões da Serie Ouro. No instante em que os terceiros colocados recebiam suas medalhas de bronze, os meninos de Barueri, equipe vice-campeã paulista, como se fizessem parte de uma torcida organizada, começaram a gritar em coro “ – Ii… tapevi!!!,  Ii…tapevi”, numa emocionante demonstração de um adormecido, quase esquecido, espirito esportivo.

Chegando a vez da própria Barueri receber suas medalhas de prata,  os meninos de Itapevi resolveram retribuir e ao coro se juntaram os meninos do Pinheiros gritando: “ Bá…rueri!!!, Bá..rueri!!, aumentando o clima de festa e emoção dos presentes – nós dirigentes, professores  e pais, encantados com o que presenciávamos.

Quando o campeão começou a receber suas medalhas douradas,  as três equipes e boa parte  dos presentes ao  ginásio entoavam o grito “ – Pinheêêêêêêroooos…. Pinheêêêêêêroooos….” num espirito de comunhão, emoção e amizade que apenas o esporte pode proporcionar.

Todos devemos agradecer  às crianças de Barueri, pela iniciativa que nos trouxe de volta a emoção que fez do esporte  parte importante de nossas vidas.

Todos devemos dizer obrigado aos meninos de Itapevi e Pinheiros por terem, imediata e espontaneamente, aderido a esta manifestação, que deixa claro a todos nós a matéria e o cuidado com que devemos construir e tratar as competições nessas categorias. Por nos fazer encarar a muitas vezes esquecida obviedade: viver o handebol, a participação, a comunhão é tudo que realmente importa, muitos andares acima de títulos e vitórias.

Cada um dos diretores deste abstracionismo que é a entidade FPHb, cada um dos presentes às finais no ginásio do Pinheiros, agradece a estes meninos pela lembrança de uma  lição que jamais deve ser esquecida: o esporte, muito particularmente o handebol que amamos, só tem sentido se encarado como comunhão, como uma oportunidade rara, talvez única, de nos fazermos mais amigos, mais próximos de tantos outros.

Agradecemos por, mais uma vez, vivermos a situação recorrente, quase cotidiana, na vida de todo pai, de cada professor.

Agradecemos por, mais uma vez, nossas crianças nos ensinarem uma lição.

JUNTO E MISTURADO! COMO DEVE SEMPRE SER.

Hamilton Ramos