Goleira reserva da seleção, Mayssa diz estar preparada
Aposta do técnico dinamarquês Morten Soubak para a Olimpíada, a goleira Mayssa saiu do banco, no intervalo da partida contra Montenegro, na noite desta segunda-feira, e justificou sua convocação para a Seleção Brasileira feminina de handebol, vista com desconfiança por muitos.
Àquela altura, o Brasil perdia por 16 a 15, e a entrada da goleira reserva foi determinante para que o Brasil ganhasse a partida por 27 a 25, o segundo triunfo em dois jogos na competição. Com pelo menos oito defesas decisivas no segundo tempo, adotou um discurso modesto, renegando o rótulo de heroína do jogo, e disse estar “preparada para tudo”.
“Se o treinador precisar de mim, vou estar lá. Foi um jogo muito difícil, e a gente conseguiu ganhar. É mais um passo em busca de uma medalha, que é nosso grande objetivo”, afirmou a goleira.
A entrada de Mayssa no lugar da experiente goleira titular Chana é uma troca costumeira do treinador do time brasileiro no último ano. O nome dela na lista para a Olimpíada foi visto com surpresa, já que Babi, ex-reserva de Chana, vinha sendo convocada seguidamente e havia jogado o Mundial e o Pan de Guadalajara.
“É minha primeira Olimpíada e não joguei o Mundial nem o Pan. Mostrei meu trabalho para o técnico, ele já me conhece. Nos amistosos e nos treinos, ele confiou e me trouxe juntamente com a Chana”, comentou Mayssa.
Além das defesas decisivas que pararam o ataque de Montenegro no segundo tempo, Mayssa contagiou a equipe com sua vibração. A cada bola que desviava da direção da meta brasileira, ela saía comemorando como se fosse um gol e ia em direção ao banco de reservas abraçar a titular Chana.
“Sempre vibro. Tem que ser assim, estamos representando os brasileiros. Tem que botar o coração, a raça, a honra, tudo dentro da quadra. Tem que ser assim, a gente tem que jogar assim cada jogo”, ressaltou.
A atuação de Mayssa foi exaltada pelas companheiras da Seleção. Para a atacante Mayara Moura, a atuação de gala da goleira foi determinante para aumentar a confiança da equipe, especialmente na parte defensiva.
“É muito bom ter duas goleiras que você pode confiar. Na estreia foi dia da Chana, hoje (segunda-feira) a Mayssa entrou ali para ajudar também. Deu mais confiança para a equipe se levantar, principalmente na defesa.”
Outra arma decisiva do Brasil foi Alexandra Nascimento, que assinalou oito gols diante de Montenegro. Na estreia, a jogadora já tinha marcado cinco vezes. Ela exaltou a qualidade do adversário e lembrou que a seleção de Montenegro é base do time que ganhou o principal campeonato europeu de clubes.
Alexandra avaliou que a conquista de uma medalha olímpica nunca esteve tão perto para a Seleção de handebol. Para ela, o time vem melhorando a cada dia, especialmente depois da chegada do técnico dinamarquês.
“Realmente, a medalha nunca esteve tão perto. Hoje, com nossa experiência e o treinador dinamarquês, estamos melhores. Sem menosprezar os outros treinadores que passaram pela Seleção, agora estamos conseguindo encaixar mais o jogo”, afirmou.
O discurso de Mayssa sobre a conquista da medalha é parecido. Ela ressaltou que o torneio olímpico é “muito difícil” e que o Brasil precisa manter os pés no chão.
“A chance de medalha é real, mas temos que ter o pé no chão. Há muitos jogos, as equipes são muito difíceis, mas a gente está trabalhando duro. A equipe está muito unida e sincronizada para conseguir o objetivo da medalha”, completou.
Fonte: http://www.terra.com.br