Especial da Semana: Segunda parte da Homenagem às seleções, masculina e feminina, campeãs do Mundial de Handebol de Areia de Omã – 2012: Patricia Scheppa e Antônio H. Guerra Peixe
Por: Rennan Bontempo –
Na semana passada, em homenagem às seleções brasileiras de handebol de areia, masculina e feminina, que sagraram-se campeãs do Mundial de Handebol de Areia, realizado em Omã, entrevistei Wellington Novais, o Gulliver, eleito o melhor lateral direito do Mundo e Rossana Coeli, técnica da seleção feminina.
Desta vez, dando continuidade à esta homenagem, é a vez de de Patricia Scheppa, eleita a melhor atleta do Mundo, e de Antônio Hermínio Guerra Peixe, treinador da seleção masculina, participarem do Especial da Semana.
Patricia é atleta do Handebol de quadra da A.A.F. Pindamonhangaba. Guerra Peixe é, como descrito acima, treinador da seleção brasileira masculina de Handebol de Areia, Professor de Educação Física, Mestre em Educacao, Tri Campeão Mundial, Campeão dos World Games Taiwan 2009, Penta Campeão Pan Americano e Bi Campeão Sul Americano.
Confira abaixo as respostas de Patricia e Antônio:
FPHb – Qual é a sensação de ter vencido o torneio?
Patrícia Scheppa – O Brasil já tinha sido Campeão Mundial em 2006, mas desde então nunca mais tinha conseguido ir para a final do Campeonato. Ter vencido o torneio me trouxe a sensação de dever cumprido, uma felicidade imensa em poder representar, e bem, o meu país e a modalidade. Ainda mais sendo minha primeira vez no torneio.
Guerra Peixe – De que devemos trabalhar cada vez mais, pois estamos vencendo tudo desde 2009 e os adversários querem acabar com isso.
FPHb – Antes do início do campeonato, a expectativa era mesmo de vitória?
Patrícia Scheppa – Tivemos um período de aproximadamente um mês de treinamento para o Campeonato. Treinávamos três vezes por dia, com chuva ou sol. Todo o esforço era com um único pensamento: ser campeão. Foi muito cansativo, pesado, mas acreditávamos que ia valer à pena. Tínhamos o objetivo de ser campeão e lutamos para isso. Sabíamos que seria muito difícil, que o campeonato tinha um nível alto, mas acreditávamos que éramos as melhores e queríamos provar isso. Conseguimos.
Guerra Peixe – Não. A equipe foi mudada em 60% em relação ao último mundial (2010). Tínhamos perdido 4 jogadores titulares. Pensávamos em ir bem, mas honestamente, o título me surpreendeu. Alguns atletas foram muito acima da minha expectativa.
FPHb – Como você se sente sendo eleita a melhor jogadora do Mundo?
Patrícia Scheppa – Ser eleita a melhor jogadora do Mundo me faz acreditar que todos os dias os quais me dediquei e que tive que abrir mão de coisas importantes para mim, que todo o cansaço, todas as dores, todos os dias de pressão e de cobrança, enfim, tudo que me comprometi a fazer, tudo isso valeu a pena. Hoje me sinto realizada, feliz pelo reconhecimento e acima de tudo grata a todos aqueles que tornaram isso possível em minha vida. Agradeço a Deus, aos treinadores, aos companheiros de equipe, aos companheiros de seleção, à família, aos amigos, aos que torceram, aos que apoiaram, ao meu Clube de quadra de Pindamonhangaba – SP, que mesmo não tendo ligação com a modalidade me apoiou, me liberando e tornando possível minha ida para a competição, mantendo minha estrutura. Esse momento ficará marcado para sempre na minha vida e na história do handbeach mundial. Fico muito feliz.
FPHb – Como você se sente sendo o treinador da melhor equipe do Mundo?
Guerra Peixe – Confortável, mas com perspectiva de melhora. Precisamos melhorar nosso Campeonato Nacional e de patrocinadores próprios da modalidade.
FPHb – Quais são seus planos para o futuro?
Patrícia Scheppa – Assim que cheguei do Campeonato Mundial, tinha como meta ser Campeã dos Jogos Regionais pela cidade que está me apoiando, que é Pindamonhangaba. Conseguimos. Agora vou descansar por uma semana e voltar aos treinamentos de handebol de quadra, onde tenho como meta, classificar minha equipe para as finais do Super Paulistão e ser campeã dos Jogos Abertos. Vou Continuar os treinos de handbeach, em busca do quarto título estadual e realizar um bom Campeonato Brasileiro, me preparando para me apresentar nas melhores condições para seleção.
Guerra Peixe – Acompanhar o VI Circuito Nacional de Handebol de Areia e Torcer pelo aparecimento de novos valores.
FPHb – Você acha que já conquistou tudo o que queria?
Patrícia Scheppa – Sempre me cobrei muito e sempre vou querer mais, sempre vou querer melhorar e sempre temos algo para melhorar. Ainda tenho muito para conquistar na minha vida. No momento, estou muito feliz pelos títulos individuais e coletivos. Chegar onde eu cheguei é muito bom, mas me manter no topo é a parte mais difícil, pois sempre tem alguém que está lutando para chegar lá também, e por isso não posso parar.
Guerra Peixe – De forma nenhuma. Não meço meu trabalho apenas por títulos. Precisamos consolidar a modalidade com o que já apontei anteriormente e torná-la um produto vendável em todo o pais. Eu acredito nessa possibilidade. Quando isso acontecer, me darei por satisfeito.
FPHb- Conte um pouco sobre o planejamento da seleção brasileira.
Guerra Peixe – O último planejamento foi para 2011/2012. Ele teve como referência a principal competição do biênio. Apoia-se na competição nacional para escolher atletas. Selecionamos primeiro dois grupos de atletas, sendo um do Norte/Nordeste e outro do Sul/Sudeste. Desses grupos, tiramos 17 para a competição mais próxima. O próximo planejamento terá como referência os anos de 2013/2014.
2013 – World Games Cali/Colômbia e III Jogos Sul Americanos de Praia Venezuela.
2014 – Pan Americano e VI Mundial de Beach Handball Marrocos.
“Gostaria de agradecer a Federação Paulista pelo apoio e fazer um agradecimento especial ao Clube de Pindamonhangaba pela estrutura que me proporcionou para minha preparação e ida para o Torneio Mundial de Handbeach Omã-2012.” – Patrícia Scheppa.