Especial da Semana: Rita Orsi
Por: Rennan Bontempo –
A Federação Paulista de Handebol entrevista nesta semana, a Supervisora da Seleção Brasileira Feminina de Handebol, e do Jundiaí Handebol Clube, Rita Orsi.
Cabe lembrar a todos que a seleção brasileira vem fazendo uma ótima campanha nas Olimpíadas de Londres e está classificada para as quartas-de-final.
Na primeira fase, as meninas disputaram cinco partidas, venceram quatro, perderam uma, e terminaram em primeiro lugar no grupo A.
As próximas adversárias serão as Norueguesas, que na fase de grupos venceram apenas uma partida, empataram duas e perderam mais duas, terminando assim, em quarto lugar.
A partida será disputada nesta terça-feira, 07, às 06h00 (horário de Brasília).
Rita de Cássia Orsi, é formada Educação Física na Escola Superior de Educação Física de Jundiaí, cidade onde nasceu em 01/12/63.
Ela se descreve como sagitariana, de personalidade forte, extremamente perfeccionista, e muito dedicada, desde cedo, com as tarefas que tem que desenvolver. Além disso, Orsi diz ter, desde criança, uma vocação para líder.
Teve uma infância e uma juventude muito rica com os esportes. Atraída pelos bons exemplos de seu pai e de sua mãe, começou a praticar vários esportes na escola: “Basquete, vôlei, corria, saltava, nadava. Cresci numa família rica de valores, muita fé, amor e caridade. Isso me levou a buscar na minha profissão uma alavanca para ajudar as meninas que procuravam pela prática do handebol”.
Esporte este que apareceu em sua vida já no colégio, mas foi na Faculdade, por influência do Prof. José Carlos Bissoli, que tudo se firmou como uma grande paixão.
Após o término da graduação, Rita buscou a especialização na USP com o renomado Simões. De 1985, ano em que iniciou a pós-graduação, até os dias de hoje, trabalha na Prefeitura de Jundiaí, em um programa que auxilia os jovens na prática da modalidade.
Ela também é professora na Escola Superior de Educação Física de Jundiaí, desde 1988.
Orsi tem ainda no currículo passagens pela cidade de Paulínia, no ano de 2003, e pelo selecionado paulista nos JEB´S e Jogos da Juventude por 10 edições.
Na Confederação Brasileira de Handebol, sua primeira participação foi em 1997, no Mundial Júnior, na Costa do Marfin, como auxiliar técnica. Além disso já passou pelas categorias cadete e juvenil. Desde 2005, Rita trabalha com a equipe adulta da seleção feminina.
Jundiaí Handebol Clube
O Handebol feminino em Jundiaí acontecia nas escolas, e eu quando era recentemente formada e estava iniciando a Pós graduação, em 1985, queria trabalhar com o esporte dentro de um espaço mais organizado e competitivo, para traçar um modelo de um Programa.
Foi nesta época que encontrei uma grande aliada: a Profª. Marli Alves Basso, hoje aposentada.
Formamos a dupla perfeita durante um pouco mais de 20 anos, quando surgiu Jundiaí Handebol Clube, fundado em 1991, para que justamente pudéssemos ter um nome Jurídico e, assim, podermos pleitear investimentos e parcerias na Prefeitura de Jundiaí e nas empresas privadas. O projeto tinha um teor extremamente voltado para as meninas e moças que iniciavam na modalidade.
Minha família foi peça fundamental disso tudo. Até os dias de hoje, suportam e aturam todos os obstáculos que o esporte ainda enfrenta. Entretanto, nestes anos todos, conseguimos obter muitas alegrias e glórias. Depois de trajetórias de grande sucesso dentro das 4 linhas, o que mais me encanta, e ainda é alimento para os dias de hoje, é saber o quanto de bom conseguimos realizar, não só no aspecto esportivo, mas totalmente humano, formando pessoas de bem, abrindo possibilidades de profissões, criando boas mães e mulheres de verdade.
Lógicamente, temos um staus de “time” vencedor, aguerrido, e estamos chegando a finais importantes. Este é o resultado de um grande trabalho revelador, que detecta talentos e os apresentanda para o cenário esportivo brasileiro e mundial.
A parte ruim é que fazem exatamente 10 anos que o Jundiaí Handebol Clube não disputa um Campeonato Brasileiro, uma Liga Nacional e ou uma Copa do Brasil. Porém, optamos então, em disputar o Campeonato Paulista (Mirim feminino e masculino; Juvenil e Júnior Feminino) e ainda temos a intenção de disputar o Grand Prix. Disputamos também a Liga do Estado (Infantil masculino e feminino; cadete e juvenil masculino; adultos masculino e feminino).
O lado positivo é que estamos mantendo o nosso Programa, um pouco diferenciado, mas produtivo da mesma forma. Não posso deixar de pontuar que as ambições ainda existem. Mesmo nesses 27 anos de handebol, trabalhamos para dar chances e revelar atletas, formá-las, dar chances de estudo. Sinto um desejo enorme de poder retribuir tudo que aprendi, adoro dar aulas, cursos e palestras. Pessoas acreditaram em mim e, desta forma, quero multiplicar cada vez mais.
Sonho com um centro de treinamento na minha cidade e, quem sabe, um dia poder reunir ex-atletas reveladas pelo JHC para uma grande festa. Já são cerca de 630, até os dias de hoje.